sábado, 4 de dezembro de 2010

O papel da gestão no uso do computador na escola

Pequeno vídeo elaborado pelas estudantes Arneide, Meuda, Larisse e Geyseanne, do curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de uma atividade para a disciplina de Introdução ao Curso e ao Ambiente Virtual, ministrada pelo Prof. José Rogério Santana.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pablo Neruda

"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pararia o tempo naquele dia...



Hoje, eu entrei numa comunidade no Orkut que se chama: “Pararia o tempo naquele dia...”.  Trata-se de uma comunidade onde você escreve sobre algum momento maravilhoso na sua vida em que você gostaria que o tempo tivesse parado. Tentei escrever alguma coisa no tópico  relativo ao tema e não consegui. Fiquei pensando: em que momento eu gostaria que o tempo tivesse parado? Qual o momento mais significativo da minha existência? Não consegui encontrar nenhum.
Olhei alguns tópicos e percebi que muitas pessoas gostariam que o tempo tivesse parado quando estavam junto de alguém muito especial ou um amor antigo, etc.
Lembranças de infância, nem pensar. Minha infância foi péssima. A adolescência, pior ainda. Acho que só consegui melhorar um pouco, depois dos 20 anos. Êpa! Peraí. Agora lembrei, sim, de um momento em que eu gostaria de voltar no tempo, ou que ele tivesse parado: o meu último ano do ensino médio.
Eu tenho por hábito dizer que cada ano passado, para mim é melhor que o anterior, porém, agora, percebo que esse foi o melhor ano da minha vida, até agora. Eu tinha um grupo de amigos fantásticos. Lembro-me agora de alguns nomes mais chegados: Edgard, Expedita, Fátima, Marcos Antonio. Principalmente,  Fátima e Expedita. Éramos inseparáveis. Estudávamos no Colégio Estadual Presidente Humberto Castelo Branco, e, como morávamos perto, inclusive a Expedita morava na minha rua, sempre íamos e voltávamos em grupo, todos os dias. Como estudávamos no turno da manhã, sempre por volta de meio-dia, passávamos numa padaria que havia no caminho, e pedíamos pão, algumas vezes com fome, outras, só por farra. Ainda lembro o gosto do pão: delicioso, quentinho, saído do forno na hora.
Lembro, ainda, que durante as férias do meio do ano, senti uma enorme saudade do meu grupo, e contava os dias para que chegasse o início das aulas. Aliado a isso, eu sempre gostei de estudar, ainda gosto até hoje.
No segundo semestre, aconteceu uma coisa interessante: eu e o Edgard começamos a nos interessar um pelo outro e o grupo percebeu e deu o maior apoio. Sentávamos lado a lado e conversávamos muito. Ele tinha os olhos verdes e eu o achava lindo. Passei o último semestre nas nuvens. Quando terminou o ano, todos estavam tristes, porque sentíamos que seria o final do grupo. Cada um tomaria rumos diferentes e dificilmente permaneceríamos juntos, pois o nosso elo era a escola e não existiria mais.
Realmente, assim foi. Cada um tomou seu rumo. O namoro com o Edgar não continuou. Os pais dele moravam no interior e, depois do término das aulas,  foi passar férias com a família; durante seis meses, não tive notícias dele. Quando ele voltou, eu tinha conseguido entrar na universidade e estava muito empolgada com isso, não fiz questão de continuar o namoro. Encontrei algum tempo depois com o Marcos Antonio na universidade, não me lembro o curso que ele estava fazendo. Ele me falou que o Edgar também estava fazendo o curso de Engenharia de Pesca. A Expedita conseguiu entrar na universidade para o curso de Filosofia, e como morávamos na mesma rua que eu, ainda mantínhamos contato. A Fátima mudou-se e, algum tempo depois, eu a encontrei trabalhando numa ótica. Havia casado e tinha filhos. Ainda cheguei a conhecer a casa dela e a família, mas a amizade não perdurou.
Ainda sinto saudade de todos. De cada um, de uma forma especial. Principalmente agora que estou escrevendo esse texto. Apesar de não estarmos mais juntos, sinto que nunca os esquecerei. Espero revê-los algum dia e, quem sabe, continuarmos nossa amizade. Será isto possível? Isso me lembra um trecho de um texto de Nietsche que eu amo:

Podemos nos cruzar ainda, talvez, e celebrar festas juntos, como já o fizemos antes – e, no entanto, esses bravos navios estavam tão tranqüilos no mesmo porto, debaixo do mesmo sol, que se teria acreditado que tinham alcançado o objetivo, que tinham tido um único objetivo comum. Mas então a força todo-poderosa de nossa tarefa nos separou, empurrados para mares diferentes, sob outros sóis, e talvez nunca mais nos voltemos a ver – talvez nos voltemos também a ver sem nos reconhecermos: tantos mares e sóis nos mudaram!”

             Enfim, o melhor ano da minha vida e as pessoas que fizeram parte dele, perderam-se no tempo. Gostaria sim, que o tempo voltasse, ou que ele tivesse parado nesse ano, pois, definitivamente, esse foi o melhor ano até hoje.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

NEM MULHER DE MALANDRO NEM PATRICINHA, NENHUMA MULHER QUER SER ROTULADA OU CHUTADA!

Lucia Irene Reali Lemos*

Como na música, “todo dia a cidade vem e nos desafia...” e é assim mesmo, todos os dias somos provocadas em nossa dignidade e não é de hoje as lutas dos movimentos e das organizações ligadas ao combate da violência contra as mulheres. Constantemente travamos “ferrenhas” batalhas contra as campanhas publicitárias que utilizam a imagem da mulher em seus produtos e as oferecem como objeto de consumo. A coisificação ta escancarada e o desrespeito cada vez maior.

Esta semana fomos surpreendidas com a deplorável declaração de um desportista, jogador de futebol da Seleção Brasileira, Felipe Melo, ao falar sobre a sua insatisfação com a Jabulani, a bola oficial da Copa do Mundo: "A outra bola é igual a mulher de malandro: você chuta e ela continua ali. Essa de agora é igual a uma patricinha, que não quer ser chutada de jeito nenhum". O que nos leva a várias interpretações podendo entender que tanto a “mulher de malandro”, como “a patricinha”, (sem contar a ofensa dos rótulos) mesmo as duas não querendo, serão vítimas de violência, a diferença é que uma é agredida e se cala e a outra mesmo resistindo e reclamando será agredida também.
O fato é: a famigerada declaração vem carregada de machismo e nas entrelinhas revela a cultura de violência “velada” que existe no “mundo das personalidades” (o que não é nenhuma novidade pra nós), nos levando a uma reflexão sobre a postura do referido e o quanto isso nos transtorna.
Por ironia do destino, (pasmem!) esta é a declaração de um homem que leva a imagem do Brasil gravada em suas vestimentas e em nossas bandeiras (quem sabe, retratando o triste perfil da violência contra as mulheres brasileiras) e foi feita na África do Sul, coincidentemente no país cujo Presidente da Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano, Julius Malema, foi levado ao tribunal por empregar um discurso baseado no ódio contra as mulheres. País que segundo estudo efetuado em 2009 pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul revelou que um em cada quatro homens entrevistados admitiu ter violentado uma mulher, o índice mais elevado de todo o mundo.
Ora, ora, o referido foi “infeliz” na sua declaração e talvez desconheça o peso de ser mulher em um país cujo continente quase que na sua totalidade é marcado pela desigualdade, pelo machismo e pela violência.
Pesquisas apontam que a África do Sul possui altos índices de violência sexual – cerca de 150 mulheres são violadas diariamente, segundo os dados do Instituto Sul-Africano para Relações Raciais. Sem contar que é muito comum o estupro coletivo (1/4 dos casos envolve mais de um abusador). A estimativa é de que ocorra um abuso sexual a cada 26 segundos. Segundo a Simelela, ONG criada em 2003 para dar apoio às vítimas de abuso sexual na área que abriga entre um milhão e dois milhões de pessoas, 41% das mulheres que sofrem violação têm menos de 14 anos. Só na região da Cidade do Cabo, cerca de 10% deles admitiram ter feito com jovens menores de 10 anos De acordo com os registros da organização, a vítima mais nova tinha um ano, e a mais velha, 76.
Um Continente onde os papéis de gênero são radicalmente definidos e impostos; onde a masculinidade é associada a perversidade, a honra ou domínio sobre as mulheres; onde a punição de mulheres e crianças é aceita; onde a violência é o padrão para resolver conflitos, onde as mulheres são consideradas seres inferiores, como em Serra Leoa que, em tempo de guerra civil, faz com que as tropas rebeldes cometam a barbárie de forçar as mulheres à escravidão sexual. Em Uganda, onde a lei reconhece ao homem o direito de bater na mulher. Onde é praticada a mutilação genital em meninas consistindo na extirpação parcial ou total dos órgãos genitais, práticas estas, comuns em 28 países africanos. Onde é “cultural” os casamentos precoces das meninas na média com 11 anos de idade, o que limita a estas meninas qualquer oportunidade de ter uma vida normal de uma criança com direitos de criança.

Foto DIVULGAÇÃO 
Na camiseta: "Sobreviventes de violência sexual também são gente, e não só  estatísticas. Nós nunca nos calaremos"

Lamentavelmente, várias culturas ainda aceitam, aprovam ou mesmo justificam as diversas atrocidades que são cometidas contra as mulheres, sendo essas atitudes, fruto da desigualdade estrutural e de normas de conduta distorcidas e rígidas a respeito dos diferenciados papéis que homens e mulheres devem desempenhar na sociedade. É urgente que busquemos cada vez mais ações para se banir as crenças da superioridade masculina onde a idéia de virilidade está associada a dominação e a de feminilidade se vincula a imagem preconcebida de submissão, se assim não agirmos estaremos fundamentando e consolidando relações violentas de gênero.
Como não nos indignarmos Felipe Melo? Quando você reproduz um discurso machista-sexista brasileiro, mas que não é diferente dos discursos do resto do mundo. A violência contra as mulheres e crianças ocorre em todos os países, em todos os grupos sociais, culturais, religiosos e econômicos, ou seja, a violência contra a mulher não respeita fronteiras geográficas, nem classe social, raça, religião ou idade.
Mudar o comportamento e as atitudes das pessoas exige um compromisso permanente de conscientização e de denuncia em relação à violência contra as mulheres e a todas as formas de opressão, pois se configuram em violação explícita dos direitos humanos e estas são inaceitáveis.

É Felipe, infelizmente VOCÊ PISOU NA JABULANI 
e marcou gol contra! 

RESPEITO É BOM E TODAS NÓS O EXIGIMOS!

* Lucia Irene Reali Lemos, acadêmica de Administração Legislativa, assessora parlamentar e integrante do Coletivo Estadual de Mulheres do PT do Rio Grande do Sul.
Fonte:  http://luciareali.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Que livro é você?

Se você fosse um livro nacional, qual livro seria? Um best-seller ultrapopular ou um relato intimista? Faça o teste e descubra.
Clique no link para fazer o teste: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml

8 motivos para apostar na leitura

Nesse ano, que tal apostar nos livros? Eles, além de lúdicos são extremamente educativos e contribuem para o aprendizado escolar. Abaixo você confere outros 8 motivos para optar por eles. 
silvia buarque
Faa como a atriz Slvia Buarque e incentive seu filho a ler
1. DESENVOLVE O REPERTÓRIO
Ler é um ato valioso para o nosso
crescimento pessoal e profissional.
2. AMPLIA O CONHECIMENTO GERAL
Além de ser envolvente, a leitura expande as
referências e a capacidade de comunicação.
3. ESTIMULA A CRIATIVIDADE
Ler é fundamental para soltar a imaginação. Por
meio dos livros, criamos lugares e personagens.
4. AUMENTA O VOCABULÁRIO
Graças aos livros, descobrimos novas palavras
e novos usos para as que já conhecemos.
5. EMOCIONA E CAUSA IMPACTO
Quem já se sentiu triste ao fim de um romance
sabe o poder que um bom livro tem.
6. MUDA SUA VIDA
Quem lê desde cedo está muito mais preparado
para os estudos, para o trabalho e para a vida.
7. LIGA O SENSO CRÍTICO NA TOMADA
Livros, inclusive os romances, nos
ajudam a entender o mundo e nós mesmos.
8. FACILITA A ESCRITA
Ler é um hábito que se reflete no domínio
da escrita. Quem lê mais escreve melhor.
Quer saber qual o melhor livro para dar ao seu filho? Confira as dicas de 17 educadoras no hotsite Biblioteca Básica

sábado, 17 de abril de 2010

Sites educativos - Educar para Crescer

Veja os sites mais indicados para a Educação, de acordo com alguns especialistas.


Sites educativos - Educar para Crescer

Pesquisa mostra que estresse no trabalho prejudica a voz do professor

O estresse no trabalho aumenta de 6 a 9,5 vezes a possibilidade de o professor se tornar incapaz para o trabalho, pois é um dos fatores que influencia em problemas de voz em docentes. Essa é uma das conclusões de pesquisa feita pela fonoaudióloga Susana Giannini, da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo). Cansaço na fala, ficar sem voz, ter rouquidão ou apresentar coceira, pigarro e dor na garganta são alguns dos sintomas.
As alterações na voz ocorrem por três fatores principais: o pessoal, que são os cuidados básicos com a voz, a alimentação, a qualidade do sono, a hidratação (tomar goles de água enquanto fala) e o exercício de aquecimento vocal antes do início da aula; os ruídos provocados por classes numerosas ou por indisciplina; e as condições de trabalho e de ambiente.
Os distúrbios de voz atingem de 60% a 70% dos professores; na população em geral, o índice é de 11%. Mesmo diante deste porcentual elevado, a maioria dos profissionais não procura orientação ou demora muito para buscar ajuda. Sem orientação e prevenção, a doença tende a se agravar, até incapacitar o professor de dar aula. Quando isso ocorre, o professor é obrigado a interromper a carreira, às vezes precocemente, e passa a fazer trabalho burocrático, explica Susana.
Com o adoecimento vocal, o professor perde a qualidade da voz e isso interfere no aprendizado dos alunos. Outro agravante é que o docente precisa arcar com as despesas médicas para o tratamento e perde benefícios que receberia se continuasse a exercer a função. Isso ocorre pois o distúrbio não é reconhecido pela Previdência Social como doença ocupacional --embora a OIT (Organização Internacional do Trabalho) considere a categoria como a que tem maior risco de ficar sem voz.
Se o distúrbio for considerado como doença ocupacional, haverá aprimoramento do diagnóstico e do tratamento dos docentes, diz a pesquisadora.

Pesquisa

Para confirmar se o estresse era uma causa da doença na voz, a fonoaudióloga avaliou 167 professores de ensino infantil, fundamental e médio com distúrbios de voz na cidade de São Paulo. Depois, comparou o resultado com 105 colegas saudáveis, provenientes das mesmas escolas.
O estudo constatou, por estatística, que há relação entre ter distúrbios vocais e estresse provocado pela organização do trabalho. Professor com distúrbio vocal tem de 6 a 9,5 vezes mais probabilidade de perder condições de executar seu trabalho antes de chegar à aposentadoria. O estresse foi medido pelos níveis de excesso de trabalho e pela falta de autonomia sobre este.
Quase 70% dos que tinham problemas vocais apresentaram excesso de trabalho, mostrando que a pressão para realizá-lo era média ou alta. Nos professores saudáveis, a porcentagem foi 54,4%. Em relação à autonomia, 73% dos professores com distúrbio de voz mostraram ter pouca ou média autonomia sobre o trabalho. No outro grupo, a porcentagem foi de 62,1%.


Fatores de risco

Os fatores de risco devem ser considerados conforme a intensidade, o tempo de exposição, a duração do ciclo de trabalho, a distribuição das pausas ou a estrutura de horários, entre outros. São agrupados nas categorias organizacional, biológica e ambiental:
  • Organizacional – Jornada de trabalho prolongada; sobrecarga, acúmulo de atividades ou de funções; demanda vocal excessiva; ausência de pausas e de locais de descanso durante a jornada; falta de autonomia; ritmo de trabalho estressante; trabalho sob forte pressão e insatisfação com o trabalho e/ ou com a remuneração.
  • aspectos biológicos da voz – São as alterações advindas da idade, alergias, infecções de vias aéreas superiores, influências hormonais, medicações, etilismo, tabagismo e falta de hidratação.
  • ambiental – Os fatores ambientais incluem riscos físicos (ruídos, desconforto e choque térmico, dentre outros) e riscos químicos (exposição a produtos irritativos de vias aéreas e presença de poeira ou fumaça no local de trabalho).
Fonte: Uol Educação

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Café depois do almoço diminui o risco de diabetes

Quem toma café depois do almoço tem menor risco de desenvolver diabetes tipo 2, segundo uma pesquisa realizada por pesquisadores do Brasil e da França com 70 mil mulheres. Conforme analisado, as mulheres que tomavam uma xícara pequena ou mais café depois da refeição tiveram um risco 34% menor de desenvolver a doença. O efeito foi observado em café com ou sem açúcar, cafeinado ou não. Já para quem bebia café fora do horário de almoço, não foi observado diminuição do risco de desenvolver a doença.

Há duas explicações possíveis: o café pode ter diminuído o risco de diabete por retardar ou reduzir a absorção de uma parte da glicose adquirida no almoço. Ou a bebida pode ter protegido a doença porque, depois do almoço, costuma ser tomada sem leite. A pesquisa mostrou que apenas o café sem leite reduziu o risco.

Porém ainda faltam mais estudos para que os profissionais de saúde possam afirmar, de fato, que beber café depois do almoço diminui a diabete. "Ainda precisamos de um maior número de estudos para chegar a uma recomendação. Há estudos de intervenção em andamento em algumas partes do mundo e estes resultados poderão esclarecer os mecanismos envolvidos no efeito da bebida no risco de diabetes," afirmou Daniela Sartorelli, nutricionista e professora da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Apesar de haver pelo menos 17 estudos mostrando que o café reduz o risco de desenvolver diabetes, esta pesquisa foi a pioneira ao demonstrar que o horário em que o café é consumido pode interferir no efeito.

Fonte: O Povo Online

segunda-feira, 29 de março de 2010

Educadores contam como aprenderam com seus erros

Professores têm a competência de verificar habilidades, testar a compreensão de conteúdos e ajudar cada estudante a reconhecer (e superar) os erros. Mas e quando o equívoco vem deles próprios? Fingir que nada ocorreu não é a melhor saída. Ao contrário: se ficar evidente que alguma atividade não deu certo em razão de uma falha pessoal, a autocrítica é fundamental para melhorar a atuação profissional.

O ideal é que essa reflexão seja vivenciada de forma madura, sem culpa ou rigor excessivos (afastando o risco de mergulhar no perfeccionismo, que paralisa a ação) e complacência extremada (resvalando na atitude de quem a todo instante diz "tudo bem, deixa para lá"). Medo ou vergonha são outros sentimentos que não cabem nessa hora. Afinal - não machuca repetir essa obviedade -, todo mundo erra. Mesmo grandes autoridades em Educação, profissionais respeitados que ocupam cargos centrais no governo, pesquisadores de Universidades influentes, formadores de professores e autores de livros que inspiram algumas de nossas melhores aulas.

Nesta reportagem, quatro grandes mestres - Lino de Macedo, Regina Scarpa, Maria do Pilar e Mário Sérgio Cortella - discutem os equívocos na atuação profissional de uma maneira bastante peculiar: contando as próprias experiências (leia os depoimentos nas próximas páginas). Alguns tropeços podem parecer familiares: falar demais e alongar a parte expositiva, despejar conteúdo sem levar em conta o ritmo dos jovens e seu universo cultural, desconsiderar as necessidades de alunos com deficiência e negar o próprio papel ao levar em conta somente os interesses das crianças.

A lista de falhas é diversa, mas a postura para avançar é a mesma: analisar o que falhou, por que e como isso ocorreu. Muitas vezes, basta o distanciamento temporal do deslize para percebê-lo. Em outras ocasiões, são as conversas com os colegas que nos trazem o alerta e, em muitos casos, o estudo e a leitura são importantes aliados para a reflexão.

"Todos nós erramos algumas vezes, ou seja, pensamos ou agimos de um modo que um dia terá, talvez, que ser revisto", afirma Lino de Macedo. Essa revisão de ideias, pensamentos e ações exige uma visão relativista do erro - isso significa ter em mente que o que não funciona em uma determinada classe, num determinado momento, pode muitas vezes dar certo em outro contexto. Confira nas páginas seguintes o relato de cada um. Com a coragem de apontar seus próprios equívocos, eles nos indicam caminhos para superar nossos desafios.

Leia os depoimentos no link: Depoimentos

Fonte: Revista Nova Escola

sábado, 20 de março de 2010

Almas perfumadas


Definição do amor
Definir o amor é limitá-lo, encarcerá-lo numa redoma de palavras incompletas.

O que é o amor?
Esta pergunta foi feita para um grupo de crianças de 4 a 9 anos, durante uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia. E ninguém melhor do que uma criança, e a pureza de seu coração, para tentar explicar o que é o amor...

“O amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere os sentimentos da pessoa.” Mathew, 6 anos.

“Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos dos pés. Meu avô, desde então, pinta as unhas para ela, mesmo quando ele tem artrite.” Rebecca, 8 anos.

“Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, mesmo se conhecendo há muito tempo.” Tommy, 6 anos.

“Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente.” Billy, 4 anos.

“Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela.” Chrissy, 6 anos.

“Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai, e toma um gole antes para ter certeza que está do gosto dele.” Danny, 6 anos.

“Quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo, e sente medo que essa pessoa não venha a te amar por causa disso. Aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda!” Samantha, 7 anos.

“Há dois tipos de amor: o nosso e o amor de Deus. Mas o amor de Deus junta os dois.” Jenny, 4 anos.

“Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Robert Redford!” Chris, 8 anos

“Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo.” Cindy, 8 anos.

“Quando você ama alguém, seus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de você!” Karen, 7 anos.

Temos muito que aprender com as crianças, sim. E muito mais a aprender com o amor, e sobre ele. Pequenos gestos, grandes sacrifícios anônimos, olhares, sorrisos – tudo faz parte deste universo sem fim chamado amor...


***

O amor é um sentimento, mas também um estado de espírito.
Ele é uma busca, mas também é o caminho a seguir.
Ele é um objetivo, porém também o meio mais sublime de se alcançar.
O amor é alimento, consolo, passado e futuro.
É presente no tempo e no gesto de se dar.
É a maior descoberta da vida. É a maior bênção da vida.
E se a fé poderá mover montanhas inteiras, o amor então terá o poder de construir cordilheiras...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Mulheres são melhores

Os homens que me perdoem, mas as mulheres são essenciais, as mulheres são melhores. Falo no geral. Na questão particular da sensualidade e da sexualidade, então, lembro Chico Anísio: “mulher é um negócio tão bom, que elas mesmas estão descobrindo isso”. Não quero polemizar, até porque meu lado mulher é superdesenvolvido, graças a Deus e à minha mãe – artista plástica, professora de artes e amante da música e da poesia -, mas meu lado mulher é lésbico. Assim, amo a alma feminina (e seu invólucro) e penso que as mulheres são essenciais, que as mulheres são melhores. O show de Maria Gadú, no final de semana, foi mais uma prova. Gadú é sensacional, um espetáculo de intérprete, um timbre maravilhoso, que aos 21 deixou de boca aberta quem ama música nesse país. E aos 22 hipnotiza teatros e bares com seu jeito tímido, meigo e de moleque. É moleque mesmo, porque quando ela entrou no palco do Centro de Convenções, com o cabelo escondido num boné, óculos escuros, camisetão, jeans e tênis tipo all star, a impressão que tive foi de que entrava um garoto skaitista, um moleque, não uma moleca. Isso faz parte do fascínio que ela excerce sobre a mulherada jovem. Não sei, nem vem ao caso, a questão da sexualidade da Gadú. Se é marketing ou opção, ou só jeitinho mesmo. Tampouco da platéia. O fato é que 70% do público era feminino e o show não teria sido a maravilha que foi, não fosse a presença maciça das mulheres, porque elas são essências, elas são melhores, porque a alma delas está degraus acima da alma de nós homens. Se a maioria fosse de homens o show teria sido outra coisa, obviamente muito mais sem graça, porque somos mortos por natureza e se não formos motivados por sexo e cachaça a coisa não anda, desanda. Produzidas e perfumadas femininamente, as garotas amam a Maria Gadú moleque, mas meiga, muito meiga; e tímida. Elas cantaram juntas todas as músicas, o que deve ter surpreendido aqueles que foram lá conhecer a revelação musical de 2009 pelo júri da Associação Paulista de Críticos de Arte, com apenas 22 anos.

Aí fico pensando pela luta das mulheres para serem iguais aos homens. Desculpe, mas querem ficar piores. Querem ser chefe igual, fumar igual, beber igual, transar igual, ser predadoras igual, viver igual e morrer igual, dos mesmos cânceres, dos mesmos ataques cardíacos, e dos mesmos avecês. E somos tão diferentes! A história recente da humanidade, leia-se a partir da modernidade, é a história da razão, e a razão tem pinto, é fálica. Porque razão é coisa de homem, é coisa maior; e emoção é coisa de mulher, coisa menor. Homem é pensamento, mais importante – quase toda a importância - mulher é sentimento, desimportante. Por obra e graça de Descartes que disse o famoso “penso ,logo existo” e depois do Iluminismo e seu empenho pelo desencantamento do mundo através da dissolução dos mitos, crenças, superstições, e também da imaginação, o que construímos foi esse fracasso – um mundo insosso, injusto, machista, anti-mulher, anti-poesia, anti-beleza. Construímos um mundo capenga, mutilado, onde um lado, o lado da mulher, sua essência, e tudo que lhe é cabível e atribuído ficou como menor; e o outro, o lado do homem, ficou como maior. Foi a vitória da denotação fria e direta, sobre a conotação rica e subjetiva. Foi a vitória da reta sobre a curva. Foi a vitória da matemática sobre as artes. Da cientificidade e do culto à tecnologia sobre a mística e a poesia. Foi a vitória do homem que não chora sobre a emotividade. Enfim, Deus criou o homem e este criou um mundo macho. E agora as mulheres, que são tão melhores, tão mais sensíveis, por essência, tão mais estetas e estéticas, querem esse mundo pra elas. Se pensarmos que a metade dominada, melhor na essência, adota o modelo da metade dominadora, pior por excelência, cabe perguntar: que ser vai sair daí? Quem viver verá. Agora a fase é de transmutação e de confusão. As publicidades e reportagens da mídia, nessa segunda-feira, Dia Internacional da Mulher, mostraram bem isso. Ora a mulher é homenageada como mãe, esposa e dona da vida, um modelo antigo e ligado à dominação; ora como executiva, mulher que trabalha e constrói carreira de sucesso, um modelo moderno, mas masculino, porque a única referência é o mundo fálico.

Mas que igualdade é essa? Fromm vai dizer que é a “igualdade dos autômatos, dos (...) que perderam sua individualidade”. Buscamos a igualdade em vez da unidade. “É a mesmice dos que trabalham nos mesmos serviços, têm as mesmas diversões, lêem os mesmos jornais, experimentam os mesmos sentimentos e as mesmas idéias”. Essa tal igualdade bem poderia ser chamada de padronização. Querendo essa igualdade em vez da unidade, “homens e mulheres deixam de ser pólos opostos para serem os mesmos pólos”.

Mas a esperança ressurge quando assisto um show como o de Maria Gadú. Porque a diferença da essência parece estar preservada. E se as mulheres conseguirem comandar o mundo, o que me é inexorável, poderemos realmente viver num novo planeta, com mais boniteza, mais emoção, um planeta mais metafórico, transcendental, justo e meigo, enfim. Mas para isso é preciso que essa transmutação não esmague a diferença, não sufoque a essência do ser feminino. Se a essência permanecer, como deve permanecer, teremos os homens buscando imitar as mulheres e teremos um Iluminismo às avessas, com um novo encantamento do mundo, no melhor sentido, um “engraçamento” do mundo. E lembrando Pepeu Gomes se “ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino”, espero que sendo mulheres masculinas, elas não firam nem mutilem o seu lado feminino. Aí terá valido toda essa zorra da sociedade capitalista contemporânea confundindo igualdade com unidade, garrafas e camas com liberdade, pólos opostos com pólos iguais, individualismo e quantidade com felicidade. Se a nova mulher ajudar a desconstruir esse velho e mutilado ser humano que somos todos, e ajudar a construir um novo ser, hibridizando, fazendo um mix do melhor dos dois lados, com uma puxadinha maior pro lado dela, terá valido a pena toda essa zorra agora. Parodiando Maria Gadú na obra-prima Altar Particular, estamos “com tudo a flutuar no rio, esperando a resposta” do tempo. E os homens que me perdoem, repito, mas as mulheres são essenciais, as mulheres são melhores.


Luiz Gonzaga Capaverde é jornalista, professor universitário, mestre em Filosofia e escreve a coluna Olho na Rua às quintas-feiras no O POVO Online

Fonte: O Povo Online

quarta-feira, 10 de março de 2010

Migalha sexista

Dia Internacional da Mulher.

Dia internacional da demagogia machista.

Dia dos canastrões tentarem fazer bonito com o sexo oposto.

Dia das matérias deprimentes sobre a afirmação feminina na sociedade.

Dia das mulheres aceitarem essa esmola moral de que não precisam.

Dia de receber flores protocolares e tristes em homenagens fajutas.

Dia de justificar a existência dessas feministas do governo que embargam propaganda de cerveja em hipócrita defesa da honra feminina.

Dia das feministas que vivem do fetiche da opressão.

Dia de reverenciar a mulher como se ela fosse o mico-leão dourado.

Dia da gentileza dos homens que cometem 364 dias de grossura.

Dia do Adriano não ir a baile funk deixando a noiva em casa.

Dia de festejar Kathryn Bigelow, a grande vencedora do Oscar, não porque tem talento, mas porque usa saias.

Dia de exaltação preconceituosa a mulheres presidentes, empresárias e líderes – submetendo seus méritos ao seu sexo.

Dia de tratar a metade mais fértil e bela da humanidade como um souvenir.

Dia de eternizar o lamentável clichê do sexo frágil.

Dia das mães, filhas, avós, esposas, amantes e mulheres de todo o mundo dizerem: não queremos essa migalha sexista que é o Dia Internacional da Mulher.

terça-feira, 2 de março de 2010

Lei Maria da Penha - 8 de março, dia internacional da Mulher

Para advogados, a Lei Maria da Penha contribuiu para o reconhecimento legal da evolução do conceito de família, incluindo aquela formada por pessoas do mesmo sexo

No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei n.º Lei 11.340, que pune a violência doméstica e familiar contra a mulher e recebeu o nome de "lei Maria da Penha" como forma de homenagear a pessoa símbolo da luta contra a violência familiar e doméstica. Maria da Penha Fernandes foi vítima de duas tentativas de homicídio por parte do ex-marido e ficou paraplégica. A punição do agressor só veio 19 anos e 6 meses depois.

Além de criar mecanismos necessários à punição, a lei traz um avanço ao considerar que a sua aplicação independe da orientação sexual das pessoas envolvidas.

Os advogados Iglesias Fernanda de Azevedo Rabelo e Rodrigo Viana Saraiva, em artigo publicado no site Jus Navigandi explicam que a doutrina e a jurisprudência admitem a união homoafetiva, respeitando-se os requisitos da união estável, como entidade familiar. No entanto, não havia uma lei federal que permitisse uma interpretação nesse sentido.

Em seu artigo 5º, a lei Maria da Penha veio, segundo eles, suprir a lacuna da legislação, reconhecendo uma situação que já está presente na sociedade. "A legislação apenas acompanha essa evolução para permitir que, na ausência de sustentação própria, o Estado intervenha para garantir a integridade física e psíquica dos membros de qualquer forma de família".

Leia a íntegra do artigo de Iglesias Fernanda de Azevedo Rabelo e Rodrigo Viana Saraiva

Veja o que diz o art. 5º:

"Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - omissis

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual."

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Música para recuperar a atenção

A música é um elemento muito importante na vida dos seres humanos. Diferentes ritmos, melodias e letras provocam diferentes reações e induzem respostas emocionais particulares – e, segundo um estudo de David Soto e colaboradores, também podem compensar problemas de atenção decorrentes de lesões no cérebro.

A heminegligência visual, ao contrário do que o nome sugere, não é um problema estritamente de visão, mas de atenção, causado por uma lesão em um dos hemisférios cerebrais, geralmente o direito, decorrente por exemplo de um AVC. O paciente com heminegligência visual negligencia metade do mundo: veste apenas um lado do corpo, come apenas de um lado do prato, desenha apenas um lado dos objetos, como se o lado do mundo (e do corpo) oposto ao lado da lesão não existisse mais.

Como a atenção pode ser influenciada pelo estado emocional, por que não ouvir uma boa música para modular emoções, e quem sabe assim recuperar a atenção ao outro lado do mundo? Essa foi a premissa dos pesquisadores, que compararam três pacientes acometidos por heminegligência visual. Nos testes, a capacidade dos pacientes de perceber e identificar objetos na metade do mundo ignorada era melhor, e às vezes totalmente normal, quando eles ouviam sua música favorita do que quando ouviam outra qualquer, ou nenhuma música. Um exame de ressonância magnética funcional realizado enquanto um dos pacientes ouvia sua música favorita ao fazer a tarefa mostrou um aumento da ativação do córtex occipital (relacionado à visão), do córtex orbitofrontal (relacionado ao prazer), e do córtex pré-frontal dorsolateral (relacionado à atenção e ao planejamento). A música favorita, provavelmente através de emoções positivas, muda a maneira como o córtex distribui a atenção e processa informações do corpo no espaço.

A partir desses resultados, os cientistas sugerem que o componente emocional positivo (como a música agradável) pode ser um importante agente de melhora da heminegligência visual – e quem sabe possa ajudar na recuperação de pacientes com outros distúrbios causados por lesão cerebral?


Fonte: http://www.cerebronosso.bio.br

Alucinações hipnagógicas

Você já passou um dia inteiro, digamos, jogando cartas, e na hora de dormir ficou vendo naipes, figuras e números desfilando por seus olhos fechados? Ou jogou Tetris de manhã até os neurônios fundirem, e à noite ficou vendo, mesmo sem querer, pecinhas coloridas deslizarem aos seus lugares até adormecer? Não se preocupe, você é normal: o replay dos eventos marcantes (sobretudo se repetitivos) do dia na hora de adormecer é conhecido da ciência, e tem até nome. São as alucinações hipnagógicas, maneira chique de dizer "recriações sensoriais do seu cérebro na hora de dormir", já estudadas pelo neurocientista-craque-em-sono Robert McCarley (aliás, justamente com voluntários que jogaram Tetris até não poder mais).

Fonte: http://www.cerebronosso.bio.br/

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Enxaqueca: 10% da população sofre desse mal.

Não se trata de apenas uma dor de cabeça forte. A enxaqueca, que acomete cerca de 10% da população, é uma dor pulsátil fortíssima e debilitante, recorrente, geralmente limitada a um lado da cabeça, acompanhada de enjoo e fotofobia, e que em muitos enxaquecosos é precedida de uma aura (sensações que não correspondem à realidade externa). As auras mais comuns são visuais, na forma de pontos coloridos brilhantes "em fortificação", como uma muralha que vai se expandindo; somestésicas, na forma de dormência que começa em um ponto e se espalha pelo corpo; ou de linguagem, dificultando a fala.

A dor geralmente começa quando a aura acaba, em cerca de 20-30 minutos (fato que muitos enxaquecosos aprendem a aproveitar tomando a medicação adequada assim que percebem que a aura se instala), e pode durar de algumas horas a vários dias.

Como se não bastasse a dor excruciante, os enxaquecosos ainda têm que lidar com o deboche de muitos dos sãos que, sem nunca terem sofrido uma crise, acham que a fotofobia, o enjoo, a incapacitação, o desejo de silêncio, escuro e isolamento são frescura ou exagero. A neurociência e a neurologia estão ao lado dos enxaquecosos: tudo isso é absolutamente real.

Muito se pesquisa hoje em dia sobre a enxaqueca. Já se sabe que a aura visual corresponde ao fenômeno da depressão alastrante (nada a ver com o transtorno psiquiátrico chamado de depressão, por favor), uma onda de modificação da atividade elétrica das células que se espalha pelo córtex visual. Essa onda gera, em sua crista, as sensações visuais dos fosfenos (os pontos brilhantes), e deixa logo atrás de si, ao se expandir, uma faixa cega, onde os neurônios ficam momentaneamente incapazes de responder aos estímulos que recebem dos olhos. O córtex visual dos enxaquecosos pode ser especialmente sensível a estímulos visuais: há estudos que descrevem uma hiperssensibilidade a contraste, o que explicaria por que alguns enxaquecosos têm hiperacuidade visual (enxergam detalhes que escapam aos outros) e se sentem fisicamente agredidos por imagens em cores berrantes ou de alto contraste de luminosidade (como monitores de LCD com contraste e brilho no ajuste máximo). A aura visual acontece sempre do lado oposto ao hemisfério do cérebro acometido pela crise, já que cada lado do cérebro processa as informações sensoriais da metade oposta do corpo e do mundo. Se você enxerga ou sente a aura do lado esquerdo, a dor, quando chegar, será do lado direito.

O que causa a dor, no entanto, e por que ela é tantas vezes precedida por essa onda de depressão alastrante no córtex cerebral? Estudos recentes apontam para uma alteração no núcleo do nervo trigêmeo, que recebe informações sensoriais do rosto e das meninges (as membranas que envolvem o cérebro). É delas que vem a dor em si: as meninges são altamente inervadas e normalmente sensíveis apenas ao toque, mas inflamação local ou modificações na sensibilidade do trigêmeo podem fazer com que até a pulsação do sangue que irriga as meninges seja percebida como dor - daí a dor pulsátil, e que piora quando se abaixa a cabeça. Assim como o córtex visual, a informação no núcleo trigêmeo é cruzada; se o lado esquerdo do cérebro é o lado afetado em uma crise, a dor será do lado direito da cabeça. Em geral, as crises de enxaqueca não acontecem sempre de um só lado na mesma pessoa.

A fotofobia, comum durante a crise e em alguns enxaquecosos antes dela, pode estar relacionada à sensibilização à luz de um grupo de neurônios na retina que enviam seus sinais aos mesmos neurônios no cérebro que recebem do núcleo trigêmeo os sinais das meninges. Com o cruzamento de informações, o resultado parece ser a exacerbação da dor pela luz. Não é à toa que os enxaquecosos procuram o escuro durante as crises - e talvez o mesmo fenômeno ocorra com os sinais auditivos.

O enjoo parece estar relacionado a uma perturbação casada no núcleo do trato solitário (NTS), conjunto de neurônios que recebem informações sobre o estado fisiológico do corpo e o controlam de volta através do nervo vago. O NTS está diretamente conectado ao núcleo trigêmeo, e é possível que a perturbação da atividade de um leve a uma perturbação do outro, disparando a crise. Curiosamente, algumas pessoas relatam alívio imediato da dor com o vômito, que modifica a atividade do NTS. Para outras, no entanto, o vômito pode acabar exacerbando a crise.

A enxaqueca é um distúrbio pervasivo, ou seja, que pode durar a vida toda, e não tem cura (embora as crises desapareçam espontaneamente em algumas pessoas), mas tem tratamento, tanto profilático quanto durante a crise. É importante controlar e evitar as crises para impedir que o distúrbio se agrave. Muitos enxaquecosos aprendem rapidamente a identificar os fatores que disparam suas crises - que são personalizados, embora estresse e falta de sono sejam gatilhos comuns - e reorganizam sua vida para evitá-los. Chocolate, café, luz forte, perfumes, exercício físico, alterações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual e dores-de-cabeça causadas por outras fontes estão entre os fatores mais citados.

Se você acha que sofre de enxaqueca, procure um neurologista para uma avaliação.

Fonte: http://www.cerebronosso.bio.br/enxaqueca/

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Conheça as 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal.

1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;

2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;

4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça, não previne, e punição não corrige;

7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;

8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;

10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.


Fonte: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_070720_821.html

Profissão: docente

Reitor da Universidade de Lisboa defende um novo olhar para o ofício de professor, assentado em quatro eixos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública .


No difícil e urgente tema da formação de professores, poucos autores são tão citados como o português António Nóvoa. Reitor da Universidade de Lisboa, Nóvoa ressente-se de ter reduzido o tempo para escrever e pesquisar. Mesmo assim, vem propondo novas perspectivas para a compreensão do problema, que tem dimensões planetárias.

Agora, por exemplo, dedica-se ao que chama de "construir lógicas de comparação" entre os sistemas educativos em diferentes países do mundo, inclusive aqueles que não adotaram as métricas de avaliação mais difundidas, como o Pisa
(sigla em inglês que designa o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

Ao mesmo tempo, Nóvoa vem produzindo artigos e ensaios que originaram o livro Os professores - Imagens do futuro e do presente, recém-lançado em Portugal, e que espera publicar em breve também no Brasil. E já sonha com o próximo. "Nos tempos que correm, de tanto ruído e agitação, gostaria muito de escrever um livro sobre a pedagogia do silêncio", conta na entrevista concedida, via e-mail, ao repórter Paulo de Camargo.

No Brasil, vivemos um momento de grande discussão sobre a formação do professor, o que inclui a formação inicial, nas universidades, até a valorização dos profissionais mais experientes. Hoje, esta é uma questão mundial?
É uma questão de âmbito mundial. Num texto recente, apresentei cinco teses sobre a formação de professores, que respondem à sua pergunta. É impossível desenvolvê-las, mas posso enunciá-las. A formação de professores deve:
a) assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos;
b) passar para "dentro" da profissão, isto é, basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens;
c) dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais, trabalhando a capacidade de relação e de comunicação que define o tato pedagógico;
d) valorizar o trabalho em equipe e o exercício coletivo da profissão;
e) estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação dos professores no espaço público da educação.

Onde está o coração do problema da formação dos professores? É a reestruturação dos cursos de pedagogia? Ou são as políticas de apoio ao professor nos primeiros anos de atuação, ou ainda as estratégias de formação em serviço?
Todos esses aspectos devem ser considerados. Chegou o tempo de fazermos uma verdadeira revolução na formação de professores. O que existe é frágil. A interligação entre as questões do ensino, da investigação e das práticas escolares e a participação efetiva dos profissionais na formação dos futuros professores são fundamentais para que se crie um novo modelo de formação de professores. Não nascemos professores. Tornamo-nos professores por meio de um processo de formação e de aprendizagem na profissão. É neste sentido que falo de passar a formação de professores para "dentro" da profissão. Quem forma os médicos são outros médicos. O mesmo devia acontecer na profissão docente.

Pelo que conhece do Brasil, quais são as principais distorções no sistema atual de formação de professores?
Ouço muitas críticas. Pelo meu lado, tenho procurado chamar a atenção para dois momentos fundamentais que têm sido ignorados ao longo das últimas décadas, não só no Brasil, mas em muitos países, o que revela bem a confusão que hoje existe nas políticas e nos programas de formação de professores. O primeiro momento corresponde à entrada num curso que habilita para a docência. O atual processo, burocrático e administrativo, não faz qualquer sentido. É urgente introduzir um recrutamento mais individualizado, que permita perceber as inclinações e as disposições de cada um para se tornar professor. E é preciso criar as condições para que os melhores alunos do ensino médio escolham a profissão docente. Ser professor não pode ser uma segunda escolha. O outro momento é a transição de aluno (como se dizia no passado, de aluno-mestre, isto é, de aluno que aprende para ser mestre) para professor principiante.

Os primeiros anos de exercício docente são absolutamente fundamentais. E ninguém cuida destes anos, nos quais se define grande parte do percurso profissional de cada um. É urgente criar formas de acolhimento, de enquadramento e de supervisão dos professores durante os primeiros anos da sua atividade profissional.

Uma política de piso salarial, como a que está sendo implementada no Brasil, por si só é garantia de aprimoramento no sistema? Ou é uma condição necessária, mas não suficiente?
É uma condição necessária, mas não suficiente. A sociedade pede aos professores que resolvam todos os problemas das crianças e dos jovens, e acredita que é na escola que se define um futuro melhor. A sociedade pede quase tudo aos professores e dá-lhes quase nada. É um contrassenso, para não dizer uma hipocrisia. A profissão de professor necessita de ser revalorizada do ponto de vista salarial, mas também no que diz respeito ao seu estatuto social e profissional.

No Brasil, frequentemente é apontado o corporativismo da classe profissional dos professores, que recusa, por exemplo, políticas de remuneração por mérito ou desempenho, bem como práticas de avaliação de sua atuação profissional. Como o senhor vê esses temas?
Tenho chamado a atenção para uma nova profissionalidade docente, que passa por quatro aspectos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública. Em todos eles, advogo um maior poder dos professores sobre a sua própria profissão, invertendo tendências das últimas décadas. Já falei da formação. Falarei agora da avaliação. É uma dimensão central de qualquer profissão. A crise da educação só será superada através de uma exigente prestação de contas. A confiança e a credibilidade são essenciais para o trabalho dos professores. E conquistam-se em grande parte por meio da avaliação e da comunicação pública com a sociedade. Mas os dispositivos de avaliação devem servir para reforçar a autonomia dos professores e não para um maior controle do Estado ou para impor critérios economicistas na regulação da profissão.

Certa vez, o senhor apontou a contradição das políticas de iniciação profissional dos professores brasileiros, ou seja, os mais inexperientes acabam nas periferias, nas escolas ditas 'difíceis'. Como, a seu ver, deveriam ser os primeiros anos de trabalho do professor?
Os jovens professores deveriam ser protegidos nos primeiros anos de exercício. Como os médicos. Ninguém começa sozinho a fazer operações complexas para, à medida que se torna um médico mais experiente e competente, se dedicar apenas a curar constipações. Devia ser assim também com os professores. As situações escolares mais difíceis deviam estar a cargo dos melhores professores. Infelizmente, é para estas situações que os jovens professores são muitas vezes lançados sem qualquer apoio. É um erro de graves consequências.

O senhor acredita nos modelos de tutoria (ou coaching) dos professores mais novos por profissionais da educação mais experientes?
Sim. É muito importante a socialização profissional que é feita pelos mais experientes junto dos mais jovens. A transição de uma cultura de isolamento para uma cultura colaborativa é um aspecto decisivo para os professores. Trabalho em equipe. Colaboração. Partilha. Sem isso, é impossível enfrentar os problemas educativos atuais. Nem todos os professores são iguais. É preciso que haja referências dentro da profissão - aqueles professores que reconhecemos como profissionais de grande competência e dedicação e que devem ter um papel no enquadramento dos mais jovens.

Há uma corrida no mundo pelos indicadores de qualidade - basicamente, o desempenho dos jovens no campo da leitura e dos números, em projetos de avaliação como o Pisa. O foco exclusivo nesses índices não acaba por induzir a uma visão limitada do que seja o papel da educação?
Hoje em dia, esse tipo de estudos de avaliação cumpre uma função essencial nas políticas educativas no plano internacional. São indicadores que traduzem uma visão empobrecida da educação, mas que não podem ser ignorados. É preciso fazer a sua leitura crítica, a sua interpretação e construir modelos alternativos de comparação. Uma parte do meu trabalho nos últimos anos tem sido, justamente, a tentativa de construir lógicas de comparação entre países que não estejam prisioneiros dessas "hierarquias" e que nos permitam um olhar crítico sobre os sistemas educativos.

Com o advento das novas tecnologias e com a crise dos modelos educacionais, muitos pesquisadores começaram a prever o surgimento de uma nova escola. O senhor está entre aqueles que acreditam em mudanças profundas no modelo tradicional da escola? Ou estamos a aprimorar uma concepção bancária de educação, como diria Paulo Freire?
De fato, não tem havido a produção de um novo modelo de escola. As tecnologias são muito importantes e têm contribuído para algumas mudanças no ensino e na aprendizagem. Mas elas, por si só, não alterarão o nosso modelo de escola. Se perdermos o sentido humano da educação, perdemos tudo. Só um ser humano consegue educar outro ser humano. Por isso tenho insistido na importância das dimensões pessoais no exercício da profissão docente. Precisamos de professores interessantes e interessados. Precisamos de inspiradores, e não de repetidores. Pessoas que tenham vida, coisas para dizer, exemplos para dar. Educar é contar uma história, e inscrever cada criança, cada jovem, nessa história. É fazer uma viagem pela cultura, pelo conhecimento, pela criação. Uma viagem, para recorrer a Proust, na qual mais importante do que encontrar novas terras é alcançar novos olhares. É nesse sentido que apreendo, hoje, o contributo tão significativo de Paulo Freire para pensar a educação numa perspectiva crítica e progressista.

Para finalizarmos, o senhor poderia sintetizar qual deve ser a função do professor na educação contemporânea? A que requisitos deve atender, como deve ser sua formação?
Sabemos todos que é impossível definir o "bom professor", a não ser através dessas listas intermináveis de "competências", cuja simples enumeração se torna insuportável. Mas é possível, talvez, esboçar alguns apontamentos simples, sobre o trabalho docente nas sociedades contemporâneas.

O conhecimento. Aligeiro as palavras do filósofo francês Alain: Dizem-me que, para instruir, é necessário conhecer aqueles que se instruem. Talvez. Mas bem mais importante é, sem dúvida, conhecer bem aquilo que se ensina. Alain tinha razão. O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem.

A cultura profissional. Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão.

O tato pedagógico. Quantos livros se gastaram para tentar apreender esse conceito tão difícil de definir? Nele cabe essa capacidade de relação e de comunicação sem a qual não se cumpre o ato de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais.

O trabalho em equipe. Os novos modos de profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões coletivas e colaborativas, do trabalho em equipe, da intervenção conjunta nos projetos educativos de escola.

O compromisso social. Podemos chamar-lhe diferentes nomes, mas todos convergem no sentido dos princípios, dos valores, da inclusão social, da diversidade cultural. Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. Hoje, a rea­lidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir na sociedade, faz parte do ethos profissional docente.


Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12841