A música é um elemento muito importante na vida dos seres humanos. Diferentes ritmos, melodias e letras provocam diferentes reações e induzem respostas emocionais particulares – e, segundo um estudo de David Soto e colaboradores, também podem compensar problemas de atenção decorrentes de lesões no cérebro.
A heminegligência visual, ao contrário do que o nome sugere, não é um problema estritamente de visão, mas de atenção, causado por uma lesão em um dos hemisférios cerebrais, geralmente o direito, decorrente por exemplo de um AVC. O paciente com heminegligência visual negligencia metade do mundo: veste apenas um lado do corpo, come apenas de um lado do prato, desenha apenas um lado dos objetos, como se o lado do mundo (e do corpo) oposto ao lado da lesão não existisse mais.
Como a atenção pode ser influenciada pelo estado emocional, por que não ouvir uma boa música para modular emoções, e quem sabe assim recuperar a atenção ao outro lado do mundo? Essa foi a premissa dos pesquisadores, que compararam três pacientes acometidos por heminegligência visual. Nos testes, a capacidade dos pacientes de perceber e identificar objetos na metade do mundo ignorada era melhor, e às vezes totalmente normal, quando eles ouviam sua música favorita do que quando ouviam outra qualquer, ou nenhuma música. Um exame de ressonância magnética funcional realizado enquanto um dos pacientes ouvia sua música favorita ao fazer a tarefa mostrou um aumento da ativação do córtex occipital (relacionado à visão), do córtex orbitofrontal (relacionado ao prazer), e do córtex pré-frontal dorsolateral (relacionado à atenção e ao planejamento). A música favorita, provavelmente através de emoções positivas, muda a maneira como o córtex distribui a atenção e processa informações do corpo no espaço.
A partir desses resultados, os cientistas sugerem que o componente emocional positivo (como a música agradável) pode ser um importante agente de melhora da heminegligência visual – e quem sabe possa ajudar na recuperação de pacientes com outros distúrbios causados por lesão cerebral?
Você já passou um dia inteiro, digamos, jogando cartas, e na hora de dormir ficou vendo naipes, figuras e números desfilando por seus olhos fechados? Ou jogou Tetris de manhã até os neurônios fundirem, e à noite ficou vendo, mesmo sem querer, pecinhas coloridas deslizarem aos seus lugares até adormecer? Não se preocupe, você é normal: o replay dos eventos marcantes (sobretudo se repetitivos) do dia na hora de adormecer é conhecido da ciência, e tem até nome. São as alucinações hipnagógicas, maneira chique de dizer "recriações sensoriais do seu cérebro na hora de dormir", já estudadas pelo neurocientista-craque-em-sono Robert McCarley (aliás, justamente com voluntários que jogaram Tetris até não poder mais).
Não se trata de apenas uma dor de cabeça forte. A enxaqueca, que acomete cerca de 10% da população, é uma dor pulsátil fortíssima e debilitante, recorrente, geralmente limitada a um lado da cabeça, acompanhada de enjoo e fotofobia, e que em muitos enxaquecosos é precedida de uma aura (sensações que não correspondem à realidade externa). As auras mais comuns são visuais, na forma de pontos coloridos brilhantes "em fortificação", como uma muralha que vai se expandindo; somestésicas, na forma de dormência que começa em um ponto e se espalha pelo corpo; ou de linguagem, dificultando a fala.
A dor geralmente começa quando a aura acaba, em cerca de 20-30 minutos (fato que muitos enxaquecosos aprendem a aproveitar tomando a medicação adequada assim que percebem que a aura se instala), e pode durar de algumas horas a vários dias.
Como se não bastasse a dor excruciante, os enxaquecosos ainda têm que lidar com o deboche de muitos dos sãos que, sem nunca terem sofrido uma crise, acham que a fotofobia, o enjoo, a incapacitação, o desejo de silêncio, escuro e isolamento são frescura ou exagero. A neurociência e a neurologia estão ao lado dos enxaquecosos: tudo isso é absolutamente real.
Muito se pesquisa hoje em dia sobre a enxaqueca. Já se sabe que a aura visual corresponde ao fenômeno da depressão alastrante (nada a ver com o transtorno psiquiátrico chamado de depressão, por favor), uma onda de modificação da atividade elétrica das células que se espalha pelo córtex visual. Essa onda gera, em sua crista, as sensações visuais dos fosfenos (os pontos brilhantes), e deixa logo atrás de si, ao se expandir, uma faixa cega, onde os neurônios ficam momentaneamente incapazes de responder aos estímulos que recebem dos olhos. O córtex visual dos enxaquecosos pode ser especialmente sensível a estímulos visuais: há estudos que descrevem uma hiperssensibilidade a contraste, o que explicaria por que alguns enxaquecosos têm hiperacuidade visual (enxergam detalhes que escapam aos outros) e se sentem fisicamente agredidos por imagens em cores berrantes ou de alto contraste de luminosidade (como monitores de LCD com contraste e brilho no ajuste máximo). A aura visual acontece sempre do lado oposto ao hemisfério do cérebro acometido pela crise, já que cada lado do cérebro processa as informações sensoriais da metade oposta do corpo e do mundo. Se você enxerga ou sente a aura do lado esquerdo, a dor, quando chegar, será do lado direito.
O que causa a dor, no entanto, e por que ela é tantas vezes precedida por essa onda de depressão alastrante no córtex cerebral? Estudos recentes apontam para uma alteração no núcleo do nervo trigêmeo, que recebe informações sensoriais do rosto e das meninges (as membranas que envolvem o cérebro). É delas que vem a dor em si: as meninges são altamente inervadas e normalmente sensíveis apenas ao toque, mas inflamação local ou modificações na sensibilidade do trigêmeo podem fazer com que até a pulsação do sangue que irriga as meninges seja percebida como dor - daí a dor pulsátil, e que piora quando se abaixa a cabeça. Assim como o córtex visual, a informação no núcleo trigêmeo é cruzada; se o lado esquerdo do cérebro é o lado afetado em uma crise, a dor será do lado direito da cabeça. Em geral, as crises de enxaqueca não acontecem sempre de um só lado na mesma pessoa.
A fotofobia, comum durante a crise e em alguns enxaquecosos antes dela, pode estar relacionada à sensibilização à luz de um grupo de neurônios na retina que enviam seus sinais aos mesmos neurônios no cérebro que recebem do núcleo trigêmeo os sinais das meninges. Com o cruzamento de informações, o resultado parece ser a exacerbação da dor pela luz. Não é à toa que os enxaquecosos procuram o escuro durante as crises - e talvez o mesmo fenômeno ocorra com os sinais auditivos.
O enjoo parece estar relacionado a uma perturbação casada no núcleo do trato solitário (NTS), conjunto de neurônios que recebem informações sobre o estado fisiológico do corpo e o controlam de volta através do nervo vago. O NTS está diretamente conectado ao núcleo trigêmeo, e é possível que a perturbação da atividade de um leve a uma perturbação do outro, disparando a crise. Curiosamente, algumas pessoas relatam alívio imediato da dor com o vômito, que modifica a atividade do NTS. Para outras, no entanto, o vômito pode acabar exacerbando a crise.
A enxaqueca é um distúrbio pervasivo, ou seja, que pode durar a vida toda, e não tem cura (embora as crises desapareçam espontaneamente em algumas pessoas), mas tem tratamento, tanto profilático quanto durante a crise. É importante controlar e evitar as crises para impedir que o distúrbio se agrave. Muitos enxaquecosos aprendem rapidamente a identificar os fatores que disparam suas crises - que são personalizados, embora estresse e falta de sono sejam gatilhos comuns - e reorganizam sua vida para evitá-los. Chocolate, café, luz forte, perfumes, exercício físico, alterações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual e dores-de-cabeça causadas por outras fontes estão entre os fatores mais citados.
Se você acha que sofre de enxaqueca, procure um neurologista para uma avaliação.
1.A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;
2.É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;
3.A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;
4.A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;
5.O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;
6.O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça, não previne, e punição não corrige;
7.As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;
8.A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;
9.Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;
10.Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.
Reitor da Universidade de Lisboa defende um novo olhar para o ofício de professor, assentado em quatro eixos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública .
No difícil e urgente tema da formação de professores, poucos autores são tão citados como o português António Nóvoa. Reitor da Universidade de Lisboa, Nóvoa ressente-se de ter reduzido o tempo para escrever e pesquisar. Mesmo assim, vem propondo novas perspectivas para a compreensão do problema, que tem dimensões planetárias.
Agora, por exemplo, dedica-se ao que chama de "construir lógicas de comparação" entre os sistemas educativos em diferentes países do mundo, inclusive aqueles que não adotaram as métricas de avaliação mais difundidas, como o Pisa
(sigla em inglês que designa o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
Ao mesmo tempo, Nóvoa vem produzindo artigos e ensaios que originaram o livro Os professores - Imagens do futuro e do presente, recém-lançado em Portugal, e que espera publicar em breve também no Brasil. E já sonha com o próximo. "Nos tempos que correm, de tanto ruído e agitação, gostaria muito de escrever um livro sobre a pedagogia do silêncio", conta na entrevista concedida, via e-mail, ao repórter Paulo de Camargo.
No Brasil, vivemos um momento de grande discussão sobre a formação do professor, o que inclui a formação inicial, nas universidades, até a valorização dos profissionais mais experientes. Hoje, esta é uma questão mundial? É uma questão de âmbito mundial. Num texto recente, apresentei cinco teses sobre a formação de professores, que respondem à sua pergunta. É impossível desenvolvê-las, mas posso enunciá-las. A formação de professores deve:
a) assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos;
b) passar para "dentro" da profissão, isto é, basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens;
c) dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais, trabalhando a capacidade de relação e de comunicação que define o tato pedagógico;
d) valorizar o trabalho em equipe e o exercício coletivo da profissão;
e) estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação dos professores no espaço público da educação.
Onde está o coração do problema da formação dos professores? É a reestruturação dos cursos de pedagogia? Ou são as políticas de apoio ao professor nos primeiros anos de atuação, ou ainda as estratégias de formação em serviço? Todos esses aspectos devem ser considerados. Chegou o tempo de fazermos uma verdadeira revolução na formação de professores. O que existe é frágil. A interligação entre as questões do ensino, da investigação e das práticas escolares e a participação efetiva dos profissionais na formação dos futuros professores são fundamentais para que se crie um novo modelo de formação de professores. Não nascemos professores. Tornamo-nos professores por meio de um processo de formação e de aprendizagem na profissão. É neste sentido que falo de passar a formação de professores para "dentro" da profissão. Quem forma os médicos são outros médicos. O mesmo devia acontecer na profissão docente.
Pelo que conhece do Brasil, quais são as principais distorções no sistema atual de formação de professores? Ouço muitas críticas. Pelo meu lado, tenho procurado chamar a atenção para dois momentos fundamentais que têm sido ignorados ao longo das últimas décadas, não só no Brasil, mas em muitos países, o que revela bem a confusão que hoje existe nas políticas e nos programas de formação de professores. O primeiro momento corresponde à entrada num curso que habilita para a docência. O atual processo, burocrático e administrativo, não faz qualquer sentido. É urgente introduzir um recrutamento mais individualizado, que permita perceber as inclinações e as disposições de cada um para se tornar professor. E é preciso criar as condições para que os melhores alunos do ensino médio escolham a profissão docente. Ser professor não pode ser uma segunda escolha. O outro momento é a transição de aluno (como se dizia no passado, de aluno-mestre, isto é, de aluno que aprende para ser mestre) para professor principiante.
Os primeiros anos de exercício docente são absolutamente fundamentais. E ninguém cuida destes anos, nos quais se define grande parte do percurso profissional de cada um. É urgente criar formas de acolhimento, de enquadramento e de supervisão dos professores durante os primeiros anos da sua atividade profissional.
Uma política de piso salarial, como a que está sendo implementada no Brasil, por si só é garantia de aprimoramento no sistema? Ou é uma condição necessária, mas não suficiente? É uma condição necessária, mas não suficiente. A sociedade pede aos professores que resolvam todos os problemas das crianças e dos jovens, e acredita que é na escola que se define um futuro melhor. A sociedade pede quase tudo aos professores e dá-lhes quase nada. É um contrassenso, para não dizer uma hipocrisia. A profissão de professor necessita de ser revalorizada do ponto de vista salarial, mas também no que diz respeito ao seu estatuto social e profissional.
No Brasil, frequentemente é apontado o corporativismo da classe profissional dos professores, que recusa, por exemplo, políticas de remuneração por mérito ou desempenho, bem como práticas de avaliação de sua atuação profissional. Como o senhor vê esses temas? Tenho chamado a atenção para uma nova profissionalidade docente, que passa por quatro aspectos: formação, cultura profissional, avaliação e intervenção pública. Em todos eles, advogo um maior poder dos professores sobre a sua própria profissão, invertendo tendências das últimas décadas. Já falei da formação. Falarei agora da avaliação. É uma dimensão central de qualquer profissão. A crise da educação só será superada através de uma exigente prestação de contas. A confiança e a credibilidade são essenciais para o trabalho dos professores. E conquistam-se em grande parte por meio da avaliação e da comunicação pública com a sociedade. Mas os dispositivos de avaliação devem servir para reforçar a autonomia dos professores e não para um maior controle do Estado ou para impor critérios economicistas na regulação da profissão.
Certa vez, o senhor apontou a contradição das políticas de iniciação profissional dos professores brasileiros, ou seja, os mais inexperientes acabam nas periferias, nas escolas ditas 'difíceis'. Como, a seu ver, deveriam ser os primeiros anos de trabalho do professor? Os jovens professores deveriam ser protegidos nos primeiros anos de exercício. Como os médicos. Ninguém começa sozinho a fazer operações complexas para, à medida que se torna um médico mais experiente e competente, se dedicar apenas a curar constipações. Devia ser assim também com os professores. As situações escolares mais difíceis deviam estar a cargo dos melhores professores. Infelizmente, é para estas situações que os jovens professores são muitas vezes lançados sem qualquer apoio. É um erro de graves consequências.
O senhor acredita nos modelos de tutoria (ou coaching) dos professores mais novos por profissionais da educação mais experientes? Sim. É muito importante a socialização profissional que é feita pelos mais experientes junto dos mais jovens. A transição de uma cultura de isolamento para uma cultura colaborativa é um aspecto decisivo para os professores. Trabalho em equipe. Colaboração. Partilha. Sem isso, é impossível enfrentar os problemas educativos atuais. Nem todos os professores são iguais. É preciso que haja referências dentro da profissão - aqueles professores que reconhecemos como profissionais de grande competência e dedicação e que devem ter um papel no enquadramento dos mais jovens.
Há uma corrida no mundo pelos indicadores de qualidade - basicamente, o desempenho dos jovens no campo da leitura e dos números, em projetos de avaliação como o Pisa. O foco exclusivo nesses índices não acaba por induzir a uma visão limitada do que seja o papel da educação? Hoje em dia, esse tipo de estudos de avaliação cumpre uma função essencial nas políticas educativas no plano internacional. São indicadores que traduzem uma visão empobrecida da educação, mas que não podem ser ignorados. É preciso fazer a sua leitura crítica, a sua interpretação e construir modelos alternativos de comparação. Uma parte do meu trabalho nos últimos anos tem sido, justamente, a tentativa de construir lógicas de comparação entre países que não estejam prisioneiros dessas "hierarquias" e que nos permitam um olhar crítico sobre os sistemas educativos.
Com o advento das novas tecnologias e com a crise dos modelos educacionais, muitos pesquisadores começaram a prever o surgimento de uma nova escola. O senhor está entre aqueles que acreditam em mudanças profundas no modelo tradicional da escola? Ou estamos a aprimorar uma concepção bancária de educação, como diria Paulo Freire?
De fato, não tem havido a produção de um novo modelo de escola. As tecnologias são muito importantes e têm contribuído para algumas mudanças no ensino e na aprendizagem. Mas elas, por si só, não alterarão o nosso modelo de escola. Se perdermos o sentido humano da educação, perdemos tudo. Só um ser humano consegue educar outro ser humano. Por isso tenho insistido na importância das dimensões pessoais no exercício da profissão docente. Precisamos de professores interessantes e interessados. Precisamos de inspiradores, e não de repetidores. Pessoas que tenham vida, coisas para dizer, exemplos para dar. Educar é contar uma história, e inscrever cada criança, cada jovem, nessa história. É fazer uma viagem pela cultura, pelo conhecimento, pela criação. Uma viagem, para recorrer a Proust, na qual mais importante do que encontrar novas terras é alcançar novos olhares. É nesse sentido que apreendo, hoje, o contributo tão significativo de Paulo Freire para pensar a educação numa perspectiva crítica e progressista.
Para finalizarmos, o senhor poderia sintetizar qual deve ser a função do professor na educação contemporânea? A que requisitos deve atender, como deve ser sua formação? Sabemos todos que é impossível definir o "bom professor", a não ser através dessas listas intermináveis de "competências", cuja simples enumeração se torna insuportável. Mas é possível, talvez, esboçar alguns apontamentos simples, sobre o trabalho docente nas sociedades contemporâneas.
O conhecimento. Aligeiro as palavras do filósofo francês Alain: Dizem-me que, para instruir, é necessário conhecer aqueles que se instruem. Talvez. Mas bem mais importante é, sem dúvida, conhecer bem aquilo que se ensina. Alain tinha razão. O trabalho do professor consiste na construção de práticas docentes que conduzam os alunos à aprendizagem.
A cultura profissional. Ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais experientes. É na escola e no diálogo com os outros professores que se aprende a profissão.
O tato pedagógico. Quantos livros se gastaram para tentar apreender esse conceito tão difícil de definir? Nele cabe essa capacidade de relação e de comunicação sem a qual não se cumpre o ato de educar. E também essa serenidade de quem é capaz de se dar ao respeito, conquistando os alunos para o trabalho escolar. No ensino, as dimensões profissionais cruzam-se sempre, inevitavelmente, com as dimensões pessoais.
O trabalho em equipe. Os novos modos de profissionalidade docente implicam um reforço das dimensões coletivas e colaborativas, do trabalho em equipe, da intervenção conjunta nos projetos educativos de escola.
O compromisso social. Podemos chamar-lhe diferentes nomes, mas todos convergem no sentido dos princípios, dos valores, da inclusão social, da diversidade cultural. Educar é conseguir que a criança ultrapasse as fronteiras que, tantas vezes, lhe foram traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade. Hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar com o público, intervir na sociedade, faz parte do ethos profissional docente.
1. Ensino de matemática em 1950: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
7. Em 2010 vai ser assim: Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. Se você é afrodescendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder. ( ) R$ 20,00 ( ) R$ 40,00 ( ) R$ 60,00 ( ) R$ 80,00 ( ) R$ 100,00
O Brasil sediará a Copa de 2014. Como muitos turistas de todo mundo estarão por aqui, é imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para a melhor comunicação com eles.
Pensando em auxiliar no aprendizado, foi formulada uma solução prática e rápida!!
Chegou o sensacional e insuperável curso 'The Book is on the Table', com muitas palavras que você usará durante a Copa do Mundo de 2014.
Veja como é fácil! a) Is we in the tape! = É nóis na fita. b) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara c) I am more I = Eu sou mais eu.
d) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?
e) Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!
f) She is full of nine o'clock = Ela é cheia de nove horas.
g) I am completely bald of knowing it. = To careca de saber. h) Ooh! I burned my movie!= Oh! Queimei meu filme! i) I will wash the mare. = Vou lavar a égua.
j) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!
k) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!
l) Before afternoon than never.. = Antes tarde do que nunca.
m) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.
n) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!
o) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.
Gostou?
Quer ser poliglota?
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'The Book is on the table - World version'!!! Outras línguas: CHINÊS a) Cabelo sujo: chin-champu
b)Descalço: chin chinela
c) Top less: chin-chu-tian
d) Náufrago: chin-chu-lancha f) Pobre: chen luz, chen agua e chen gaz JAPONÊS a.) Adivinhador: komosabe
b.) Bicicleta: kasimoto
c.) Fim: saka-bo d.) Fraco: yono komo
e.) Me roubaram a moto: yonovejo m'yamaha
f.) Meia volta: kasigiro
g..) Se foi: non-ta
h.) Ainda tenho sede: kiro maisagwa
OUTRAS EM INGLÊS: a.) Banheira giratória: Tina Turner
b.) Indivíduo de bom autocontrole: Auto stop
c.) Copie bem: copyright
d.) Talco para caminhar: walkie talkie
RUSSO a.) Conjunto de árvores: boshke
b) Inseto: moshka
c.) Cão comendo donut's: Troski maska roska
d.) Piloto: simecaio patatof e.) Prostituta: Lewinsky
f.) Sogra: storvo ALEMÃO a.) Abrir a porta: destranken
b..) Bombardeio: bombascaen
c.) Chuva: gotascaen
d.) Vaso: frask